(DES)ENCONTRO
Robson Matos
Dois anos já havia se passado desde que Ricardo mudara-se para o sul da Inglaterra. Ele morava a três quadras da estação de trem e já estava bem acostumado com o estilo de vida do inglês. Um povo introspectivo, porém muito amigo quando você passa a ser mais próximo.
Todos os dias, Ricardo, como um bom inglês que já havia se tornado, deixava a sua casa por volta das 07:50 h, fosse um dia ensolarado ou chuvoso. Ele já sabia que raramente haveria um atraso no trem que passa pela estação às 08:08 h para continuar o seu trajeto até Brigthon, onde Ricardo pegaria um outro trem e em mais 15 minutos estaria na Universidade.
Numa destas manhãs, Ricardo deixou sua casa rumo à estação e logo na quadra seguinte ele foi quase atropelado por uma linda mulher. A loira, de corpo estrutural, saia apresada de seu prédio e sem nem mesmo pedir desculpas saiu em disparada rumo à estação. Ele, achando que seu relógio pudesse estar atrasado, apertou o passo, com medo de perder o trem. O outro só passaria em 20 minutos.
Os dois embarcaram no mesmo trem e Ricardo, de forma involuntária sentou-se no banco de frente para ela. Ele, logo que chegou à Inglaterra, passou por um constrangimento quando ficou fitando uma linda mulher à sua frente. As mulheres inglesas, têm o hábito de questionar o motivo pelo qual os homens a encaram. Receoso em passar por outro constrangimento, Ricardo começou a observá-la pelo reflexo na janela, como se estivesse observando a paisagem externa. Ele realmente havia ficado encantado com aquela mulher. Ela, como todo inglês, logo abriu um livro e começou a ler.
Ricardo e a loira, desceram na estação de Brigthon e para a sua grata surpresa ela também rumava em direção ao trem que partiria para a estação de Falmer. Desta vez, foi ela que escolheu a poltrona de frente para a dele. Ambos desceram na mesma estação e pegaram o caminho para a Universidade. Ricardo decidiu ir caminhando mais lentamente para descobrir em qual escola ela entraria. Porém, a escola de Ricardo era uma das primeiras e ele acabou não descobrindo para onde ela iria.
A partir daquela manhã, passou a ser uma constante o encontro dos dois. Como se cronometrado, os dois se encontravam sempre em frente ao prédio da loira e caminhavam praticamente juntos até a estação, às vezes Ricardo à frente, outras ela. Ele, por várias vezes, teve a impressão de ela lhe sorrir. Sempre sentavam-se muito próximos e preferencialmente um de frente para o outro.
Seguiram-se meses e a rotina continuava de segunda a sexta. Ricardo a procurava, durante os finais de semana, pelas ruas do bairro e achava estranho nunca a ter encontrado. Nem mesmo nos famosos pubs espalhados por Hove. Na universidade, Ricardo também nunca a via durante o horário de almoço ou em suas visitas à biblioteca central.
O tempo ia passando e Ricardo sempre planejava que naquele dia falaria com ela, nem que fosse um simples bom dia. Mas, quando se via frente à frente com ela, parece que sua voz ficava presa e o bom dia não aparecia. Ricardo ficava bastante preocupado e triste quando não cruzava com ela. Logo ele imaginava que ela pudesse estar doente.
Numa manhã fria de dezembro, Ricardo passou em frente ao prédio dela e não a encontrou. Ele seguiu rumo à estação, mas constantemente olhava para trás e nada de vê-la. O trem chegou, Ricardo embarcou, tomou seu lugar e se sentiu triste. Naquela manhã ela não havia aparecido. Ele se colocou a imaginar o que pudera ter acontecido. De repente, ela chega apressada, quase sem fôlego e diz: Bom dia! Hoje me atrasei, achei que não fosse lhe ver. Ricardo estampou um belo sorriso e respondeu: Bom dia! Achei também que não fosse lhe ver. Muito prazer, meu nome é Ricardo e o seu? Linda - disse ela. Assim, os dois seguiram até a universidade. Ricardo, vendo que ela logo abriu o livro e começou a sua leitura, decidiu não mais importuná-la. Os dois seguiram em silêncio. Mas ele tinha a certeza que na manhã seguinte outra conversa se iniciaria e quem sabe eles iriam conversando da porta do prédio dela até à estação.
Porém, na manhã seguinte, Ricardo não a encontrou. Logo ele imaginou que ela pudesse novamente estar atrasada. Assim, a partir daquele dia, a história se repetiu. Ele nunca mais cruzou por ela. Passou então, mais desesperadamente a procurar por Linda, na universidade, pelas ruas e pelos pubs. Sua procura foi em vão.
Ricardo e Linda nunca mais se viram. Aquele foi um good morning com significado de good bye.
Numa destas manhãs, Ricardo deixou sua casa rumo à estação e logo na quadra seguinte ele foi quase atropelado por uma linda mulher. A loira, de corpo estrutural, saia apresada de seu prédio e sem nem mesmo pedir desculpas saiu em disparada rumo à estação. Ele, achando que seu relógio pudesse estar atrasado, apertou o passo, com medo de perder o trem. O outro só passaria em 20 minutos.
Os dois embarcaram no mesmo trem e Ricardo, de forma involuntária sentou-se no banco de frente para ela. Ele, logo que chegou à Inglaterra, passou por um constrangimento quando ficou fitando uma linda mulher à sua frente. As mulheres inglesas, têm o hábito de questionar o motivo pelo qual os homens a encaram. Receoso em passar por outro constrangimento, Ricardo começou a observá-la pelo reflexo na janela, como se estivesse observando a paisagem externa. Ele realmente havia ficado encantado com aquela mulher. Ela, como todo inglês, logo abriu um livro e começou a ler.
Ricardo e a loira, desceram na estação de Brigthon e para a sua grata surpresa ela também rumava em direção ao trem que partiria para a estação de Falmer. Desta vez, foi ela que escolheu a poltrona de frente para a dele. Ambos desceram na mesma estação e pegaram o caminho para a Universidade. Ricardo decidiu ir caminhando mais lentamente para descobrir em qual escola ela entraria. Porém, a escola de Ricardo era uma das primeiras e ele acabou não descobrindo para onde ela iria.
A partir daquela manhã, passou a ser uma constante o encontro dos dois. Como se cronometrado, os dois se encontravam sempre em frente ao prédio da loira e caminhavam praticamente juntos até a estação, às vezes Ricardo à frente, outras ela. Ele, por várias vezes, teve a impressão de ela lhe sorrir. Sempre sentavam-se muito próximos e preferencialmente um de frente para o outro.
Seguiram-se meses e a rotina continuava de segunda a sexta. Ricardo a procurava, durante os finais de semana, pelas ruas do bairro e achava estranho nunca a ter encontrado. Nem mesmo nos famosos pubs espalhados por Hove. Na universidade, Ricardo também nunca a via durante o horário de almoço ou em suas visitas à biblioteca central.
O tempo ia passando e Ricardo sempre planejava que naquele dia falaria com ela, nem que fosse um simples bom dia. Mas, quando se via frente à frente com ela, parece que sua voz ficava presa e o bom dia não aparecia. Ricardo ficava bastante preocupado e triste quando não cruzava com ela. Logo ele imaginava que ela pudesse estar doente.
Numa manhã fria de dezembro, Ricardo passou em frente ao prédio dela e não a encontrou. Ele seguiu rumo à estação, mas constantemente olhava para trás e nada de vê-la. O trem chegou, Ricardo embarcou, tomou seu lugar e se sentiu triste. Naquela manhã ela não havia aparecido. Ele se colocou a imaginar o que pudera ter acontecido. De repente, ela chega apressada, quase sem fôlego e diz: Bom dia! Hoje me atrasei, achei que não fosse lhe ver. Ricardo estampou um belo sorriso e respondeu: Bom dia! Achei também que não fosse lhe ver. Muito prazer, meu nome é Ricardo e o seu? Linda - disse ela. Assim, os dois seguiram até a universidade. Ricardo, vendo que ela logo abriu o livro e começou a sua leitura, decidiu não mais importuná-la. Os dois seguiram em silêncio. Mas ele tinha a certeza que na manhã seguinte outra conversa se iniciaria e quem sabe eles iriam conversando da porta do prédio dela até à estação.
Porém, na manhã seguinte, Ricardo não a encontrou. Logo ele imaginou que ela pudesse novamente estar atrasada. Assim, a partir daquele dia, a história se repetiu. Ele nunca mais cruzou por ela. Passou então, mais desesperadamente a procurar por Linda, na universidade, pelas ruas e pelos pubs. Sua procura foi em vão.
Ricardo e Linda nunca mais se viram. Aquele foi um good morning com significado de good bye.
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