Guedes: o Robin Hood às avessas
Robson Matos
As ideias reformistas do Tchutchuca são
ultrapassadas e estão levando ao empobrecimento da população. Foi assim com a reforma
da previdência e assim parece caminhar a reforma tributária que, aparentemente, tem o
apoio de Rodrigo Maia. Os dois almoçaram juntos na casa do Silvio Santos Genro,
no dia de ontem.
Tchutchuca se mantêm fixo da ideia da
recriação da CPMF que vire e mexe está na boca do Ministro. Uma nova CPMF já
foi rechaçada peremptoriamente pelo Presidente da Câmara e até pela Rainha
Louca (veja aqui). Entretanto, depois do almoço com o Guedes, Rodrigo Maia não
voltou a descartar a criação de um novo imposto.
Avesso à distribuição de renda, Guedes
se vê cada vez mais pressionado pela necessidade da criação de uma Renda Mínima
Básica, principalmente após o agravamento da pandemia. O Posto Ipiranga está,
também, pressionado pela taxa de desemprego, que deverá subir assustadoramente.
Desse modo, veremos em breve que os discursos dele sobre a economia brasileira “decolar”
serão confirmados como simples devaneios de um economista ultrapassado e
fracassado como ele sempre foi.
As ideias do Guedes são aquelas implementadas
no Chile na década de 1970 e que se mostraram ineficazes. Essas ideias foram
gestadas na Universidade de Chicago, outrora considerada o berço do liberalismo
mundial. Atualmente a Universidade de Chicago já abandonou essa ideia. O
Tchutchuca nunca gozou de prestígio nacional ou internacional, seja na área
acadêmica ou profissional. Mas, içado à condição de “superministro” por um
Presidente despreparado, tenta posar como intelectual e grande economista.
Em uma entrevista à Rádio Jovem Pan,
Guedes apresentou mais uma ideia de recriar a CPMF maquiada.
Observe que Guedes não pretende
diminuir a monstruosa arrecadação de impostos sobre as classes menos abastadas.
A diminuição dos impostos sobre bens de consumo ou sobre a renda dos
assalariados é apenas uma falácia. Na realidade, pela proposta deles haveria
uma transferência de impostos. O que seria diminuído no Imposto de Renda e nos
impostos federais e estaduais sobre bens de consumo, que seria chamado de IVA,
será compensado pela criação de um novo imposto sobre as transações
eletrônicas.
Segundo as palavras dele, esse novo
imposto poderia ser usado para desonerar a folha de pagamentos das empresas. Ou
seja, vamos tirar da população mais pobre para passar aos mais ricos, seguindo
a lógica da Fiesp que nunca pagou o pato.
Todos sabemos que a desoneração da
folha de pagamentos nunca gerou empregos. Essa iniciativa foi feita em governos
passados e até no atual e a taxa de desemprego no Brasil continuou altíssima.
Por outro lado, a Constituição Cidadã
prevê a instituição de um imposto sobre grandes fortunas:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
No dia 13 de julho, 83 milionários divulgaram
uma carta pedindo que os impostos sobre suas fortunas sejam aumentados. O
manifesto chamado de Millionaires for Humanity (veja aqui) termina assim: “So,
please. Tax us. Tax us. Tax us. Its is the right
choice. It is the only choice. Humanity is more important than Money”. – “Portanto,
taxem-nos. Taxem-nos. Taxem-nos. É a escolha certa. É a única escolha.
Humanidade é mais importante que nosso Dinheiro”.
Mas, esse é um movimento para o qual os
milionários brasileiros não estão preparados. Nossos milionários estão mais
preparados para se beneficiar com a diminuição de impostos que os beneficiem,
na diminuição dos direitos de nossos trabalhadores, para o contrato de trabalho
por hora e sonham com a volta da escravidão.
Assim, o único país do mundo que possui
a jaboticaba, pode agora se orgulhar de ser o único a possuir o Robin Hood às
avessas.
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