“E daí”?
Robson Matos
Não faço parte do
grupo #ForçaCovid, mas também não torço para que a Rainha Louca se restabeleça
prontamente, eu estou em um meio termo. Uma pessoa que não consegue ter empatia
com a morte de mais de 65 mil brasileiros não merece a minha empatia e/ou
solidariedade.
O desprezo pelo
outro é tão grande que para anunciar que havia testado positivo ele preferiu
uma coletiva presencial a usar a tecnologia da teleconferência. Ele não manteve
o distanciamento apropriado dos repórteres, continuou menosprezando a doença e
ainda acredita no milagre da cloroquina.
Como um desses
filmes que fazem sucesso, vem aí: “Cloroquina – O retorno” estrelando a Rainha
Louca no papel principal, roteiro original do Trump e adaptação daquele
charlatão que vive na Virgínia (EUA). Aliás, o diploma de graduação em medicina
da Rainha Louca deve ter sido emitido pelo charlatão.
O patético
Presidente falta com a verdade quando diz que se preocupa em proteger terceiros. Quem não o conhece que o compre! Ele próprio diz que sentiu os
primeiros sintomas da doença no domingo e mesmo assim manteve sua agenda de
reuniões até a tarde de segunda feira. Quantos ele pode ter contaminado?
Após o resultado
positivo para o novo coronavírus, a Rainha Louca decide que manterá suas
atividades na Presidência através de videoconferência.
A pergunta de um
milhão de dólares é: “Por que a entrevista não foi através de vídeo conferência”?
“Se preocupar com
o outro” é uma expressão que não faz parte do limitado vocabulário desse ser.
No sábado ele vetou a obrigatoriedade do uso de máscaras no comércio, igrejas e
em escolas e na segunda foi a vez do veto nas penitenciárias. Onde está a
preocupação com terceiros?
Um dos papéis de
um líder é o de se preocupar com o bem-estar da população, principalmente de
seus apoiadores. Ele, no velho jargão popular, c* para isso! Cansou de
participar de aglomerações sem utilizar máscaras e não bastasse, no anúncio do
resultado do seu novo teste, continuou repetindo a cantilena de que o vírus
atingiria grande parte da população. O presidente, também, se manteve no
caminho de criticar o isolamento, o STF, Governadores e Prefeitos.
O incentivo ao fim
do isolamento é uma das várias atrocidades cometidas por esse ser desprezível.
O novo coronavírus não escolhe a quem contaminar, mas está evidente que a população
mais carente é muito mais vulnerável a contrair a doença na sua forma mais
grave. A falta de acesso a um serviço de saúde de qualidade é um fator
agravante para as pessoas mais pobres da população. Grosso modo, essas pessoas
já possuem comorbidades por falta de um atendimento apropriado em função do desmonte do SUS promovido pelo Presidente Golpista e pela Rainha Louca. Assim, as chances de chegarem ao óbito são maiores.
Mas, a Rainha
Louca é incansável em dizer besteiras. O isolamento vertical é uma jabuticaba.
Um termo inventado em um dos poucos países do mundo onde jamais funcionaria.
Como seria feito o isolamento dos mais suscetíveis à doença em um país com
déficit de moradia? Os mais jovens seriam, muito provavelmente, contaminados ao
saírem para o trabalho e/ou escola e levariam o vírus para as residências que
dividem, muitas vezes, com outras pessoas mais idosas. Mas, passados mais de
quatro meses da presença do novo coronavírus entre nós, a Rainha Louca continua
reclamando disso.
Se fosse um líder e
tivesse a capacidade de ter empatia, a Rainha Louca, conhecendo a precariedade
do SUS como deveria conhecer, haveria de defender incansavelmente o
distanciamento social. Mas, acho que é pedir muito para uma pessoa que passou
28 anos no Congresso Nacional sem apresentar um único projeto de lei.
Muitos jornalistas
apostam que o Presidente possa trilhar o mesmo caminho do Primeiro Ministro
britânico e passe a reconhecer os riscos da doença. Discordo veementemente
dessas pessoas! Primeiramente, o Premier britânico não era um negacionista, ele
minimizava a doença. Dentre os líderes mundiais, os únicos que negam a doença são
os presidentes do Brasil, da Nicarágua e do Turcomenistão. Esses Presidentes,
como apontou o Financial Times, fazem parte da Aliança da Avestruz.
A Rainha Louca se orienta pelo “gabinete do ódio”, enquanto outros Chefes de Estado que minimizavam a doença – Trump, Obrador e Boris Johnson – passaram a se balizar, após certo tempo, no “gabinete do óbvio”[i].
Com a palavra o
cientista e educador – de m*:
Coisas desse tipo
ele deve tirar da cabeça do Osmar Terra Plana. As estatísticas mostram que pessoas
mais jovens têm sido acometidas com a forma mais grave da doença. Em relação à readaptação
com a volta às aulas, seria melhor ele se eximir de tocar nesse assunto. A
Rainha Louca deveria se preocupar na escolha de um Ministro da Educação,
afinal, estamos há 18 meses sem um.
Não tenho dados,
mas apostaria que uma das razões para o suicídio no Brasil pode ser o fato de
termos esse traste na Presidência.
Brincadeiras à
parte, a Rainha Louca continua cacarejando quando o ovo foi botado por outra
galinha. Não fosse a pressão do Congresso Nacional o auxílio emergencial seria
de R$200. Além disso, parece que de emergencial esse auxílio só tem o nome. Não
fosse um governo ideológico e que tivesse o interesse em ajudar aos invisíveis,
teriam buscado ajuda de ONGs e profissionais que mais entendem de distribuição
de renda nesse país. Mas, são, em geral esquerdistas!
Para não fugir à
regra, a Rainha Louca volta a falar em salvar a economia:
A economia não será salva tirando direitos de trabalhadores e salvando grandes empresas, como é o desejo do Tchutchuca (veja aqui).
“Vai morrer gente”?
Por fim, hoje pela
manhã me deparei com uma crítica disparada por aquele vereador de m* da cidade do Rio de
Janeiro a todos que perdem a morte da Rainha Louca e pedindo solidariedade aos Presidentes dos demais poderes. Confesso que me causou indignação e repulsa.
Lógico que tive
que responder:
Mas, ele é o
exemplo clássico do hipócrita. Como esse sujeito pode reclamar de desejarem a
morte do Chefe do Executivo?
Como esperei pelo momento de devolver para o Presidente e todos esses hipócritas que o defendem, a sua própria frase:
Sei que ainda repetirei muito e quero repetir sempre, mas hoje o sabor está sendo especial
Também confesso que me sinto no meio termo, apesar de ter compartilhado um trecho muito bacana publicado pelo Uol porque não me sinto inclinada a descer tão baixo como ele. Mas também não quero julgar quem deseja a morte a ele, visto que ele não tem empatia por ninguém. Se coubesse a mim escolher, eu daria uma forma grave pra ele aprender que não é uma “gripezinha” e provar do veneno que ele destila. Mas quero ele vivo pra assistir a própria decadência.
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