JÁ-CA(iu)
Robson Matos
Eram cinco amigos quase inseparáveis. Jaime e Jairo, os dois gêmeos, Sávio, Ricardo e Rodrigo estavam na faixa dos 10 anos de idade e estudavam em uma escola que se assemelhava muito a uma chácara. Eram várias árvores frutíferas que além de amenizar o calor escaldante daquela cidade, serviam como um ponto de encontro e de divertimento para a molecada daquela escola.
Embora houvesse um belo espaço para a criançada se interagir durante o recreio, era debaixo destas árvores que as turminhas, hoje chamadas tribos, se reuniam. Mesmo sob a vigilância constante da supervisora, dona Nádia, e algumas vezes da temida diretora, irmã Margarida, a molecada se esbaldava, normalmente participando de brincadeiras proibidas pela escola.
A tribo composta por estes cinco meninos gostava mesmo era de subir em árvores. O ponto favorito para fazerem o lanche era sempre em cima do pé de jaca. A sirene tocava e os cinco saiam em disparada em direção à jaqueira. Jaime e Jairo eram os mais rápidos, tinham muita destreza para subir em árvores. Logo atrás ia o Sávio e bem atrás, vinham Ricardo e Rodrigo. Os dois, sempre mais lerdos, mantinham uma disputa diária entre eles.
A correria dos três sempre causava preocupação para a diretora, afinal, Rodrigo era filho de uma figura importante na cidade e ela temia por sua segurança. Irmã Margarida sempre pedia à dona Nádia que fosse vigiá-los.
Ricardo e Rodrigo eram dois meninos, digamos, um tanto quanto implicantes. Certa vez Rodrigo começa a implicar com os outros quatro. A implicância havia começado ainda na sala de aula, muito antes do horário do recreio. Jaime, Jairo e Sávio, que já estavam quase no topo do pé de jaca, começam a incentivar Ricardo a derrubar Rodrigo, que se encontrava no mesmo galho que ele.
Derruba ele Ricardinho, balança o galho que ele cai - gritavam eles.
Ricardo então, apoiá-se no galho superior e começa a balançar o galho em que ambos se encontravam. Rodrigo, sem ter como se apoiar no galho de cima, deita no galho e agarrá-o com toda força. Mas, era um galho fino e este não resistiu ao peso do menino. Logicamente, galho e Rodrigo despencaram até o chão. Rodrigo caiu xingando e esbravejando. Ao tocar o solo, ele observa que logo acima dele estava a irmã Margarida. Ele, mais que depressa, começa a contorcer-se como se estivesse com muita dor com medo de sofrer um castigo.
Os outros quatro meninos, ao ver a presença da temível diretora, param imediatamente de rir e lá de cima ouvem o interrogatório, em completo silêncio. Ricardo, assíduo frequentador da sala da diretora, tinha a certeza que desta vez o convite para se retirar da escola ocorreria. Nem mesmo o vice-diretor, professor Nilton, seria capaz de protegê-lo desta vez.
Quem te derrubou lá de cima? - pergunta a irmã Margarida.
Rodrigo, como que por milagre, levanta-se, e não mais sentindo dor, responde:
-Ninguém irmã, todos eles são meus amigos, eles jamais fariam isto. Eu que segurei em um galho e o galho quebrou.
Até hoje não se sabe se a irmã ficou convencida de que Rodriguinho havia caído,
fato é que ela imediatamente colocou o menino em sua Variant branca e levou-o até o hospital para ser examinado.
Muito bom, texto leve, mostrando as peraltices e principalmente a essência da amizade - cumplicidade.
ResponderExcluirADOREI SUA HISTORIA ,MEU COLÉGIO PARECIA COM O DESTE TESTO LINDO KKK FATO E QUE MINHA SALA OU SEJA MINHA TURMINHA NA EPÓCA DO QUINTO ANO TBÉM ERAMOS CHAMADOS DE INDIOZINHO DE ROUPA,KKKK .MERA CONHECIDENCIA,AMEI SEU TEXTO,PARABÉNS PELA SUA CAPACIDADE ,E SUA CARISMA .SER CUMPLICE AS VEZES AJUDA MUITO .
ResponderExcluirNosso tempo de criança que não existe mais
ResponderExcluirNosso tempo de crianća que não existe mais maravilho relembrar nosso tempo de como éramos felizes e não sabia lindo continue trazer a lembrança o que era ter amigos verdadeiros e como ser feliz com uma simples brincadeira
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