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sábado, 4 de julho de 2020

O Guedes também tem sua boiada!


O Guedes também tem sua boiada!

Robson Matos


Rotineiramente o Tchutchuca prepara uma maldade para os trabalhadores para que as grandes empresas e megainvestidores sejam beneficiados. É o Guedes dando a resposta para a Fiesp e seu patético pato. Com ele no comando nós pagaremos o pato!

Mais duas maldades já estão a caminho: a volta da CPMF e o contrato de trabalho por hora.

Quando ainda era um bebê de berço, ouvia meu pai enaltecendo Getúlio Vargas em virtude da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Sem dúvidas um avanço para a classe trabalhadora do Brasil. Vivi para ver a CLT sendo rasgada aos poucos com o apoio da grande mídia e da mão invisível do mercado. Tchutchuca não pretende rasgar a CLT, ele deseja eliminá-la de vez.

O ultraliberal Guedes, sob a desculpa de acabar com o desemprego, pretende criar essa nova modalidade de emprego, que transforma o trabalhador nos novos escravos do século XXI. Uma modalidade aos moldes dos motobóis dos aplicativos de entrega. Esse contrato de trabalho irá beneficiar aos empregadores, o que tem sido praxe nessa gestão da Republica da Rainha Louca. Ao admitir um emprego horista, o patrão ficará desobrigado do pagamento do 13º salário, das contribuições para o FGTS e para a Previdência Social. Em assim sendo, caso o empregado deseje ter direito a uma aposentadoria futura, ele deverá contribuir para a Previdência por sua conta.

Com o contrato de trabalho por hora Guedes faz com que o trabalhador cumpra o papel de reaquecer a economia no período pós-pandemia. Não podemos perder de vista que esse papel deveria ser cumprido pelo Estado. Mesmo países com uma linha liberal na condução da economia têm investido em empresas como uma forma do reaquecimento da economia.

O discurso do Tchutchuca na patética Reunião Ministerial da República da Rainha Louca precisa ser analisado com uma tradução:


O que precisa ficar muito claro é que a agenda do Tchuchuca é o favorecimento dos empresários. Ele informou, hoje (4 de julho), que a reforma tributária está pronta para ser enviada para o Congresso Nacional. Dentro da proposta da reforma tributária do Guedes está a volta da CPMF, embora ele apresente de forma “camuflada”. Ficá muito claro que ele é contra a taxação de grandes fortunas:

É melhor, em vez de você ter que aumentar muito o Imposto de Renda, você criar uma outra base de tributação qualquer, que podem ser transações digitais, pagamento, alguma coisa que te permita manter alíquotas baixas. É melhor você ter uma base mais ampla e alíquotas mais baixas”.

A volta da CPMF veio à baila em junho de 2019 quando Marcos Cintra, à época Secretário da Receita Federal, antecipou a sua recriação. Houve várias críticas e até promessas da Rainha Louca de que a CPMF não voltaria.


Inicialmente, preciso comentar que a Rainha Louca acha que todos sonegamos como ele e seu clã.

Imaginamos que a CPMF estaria, então, enterrada e sua volta já era carta fora do baralho. Não foi bem assim! Tchutchuca, como um menininho mimado, nunca abriu mão disso e voltou a defendê-la, ainda no ano passado e a Rainha Louca seguiu na onda.


Maia voltou a descartar a possibilidade de aprovação da CPMF na Câmara dos Deputados. Todavia, o Presidente da Câmara já é um velho conhecido nosso! Ele é um grande defensor do neoliberalismo e da política de reformas conduzida pelo Tchutchuca. Talvez, seja esse o motivo de não haver aceito nenhum dos 40 pedidos de impeachment recebidos por ele. No entendimento dele, em sendo eleito presidente, como ele imagina, não terá o desgaste de promover reformas.

O mais interessante é toda a mágoa e inveja demonstrada pelo Guedes. Ele reclama que todos apoiaram o FHC na criação e o Lula no fim da CPMF. E chega a ser cômico, se não patético, quando você relembra um artigo escrito pelo Tchuthuca em uma coluna no jornal O Globo:

“O vertiginoso crescimento da candidatura Bolsonaro é um sintoma dessa indisfarçável insatisfação com a estagnação na economia, a corrupção na política e a falta de segurança nas ruas, em que desembocamos sob a hegemonia socialdemocracia.
Em suas variantes de “punhos de renda” (PSDB), “chão de fábrica” (PT) ou “caciques regionais oportunistas” (PMDB), à “esquerda” todos os gatos são pardos para os eleitores de Bolsonaro.
Contra tudo isso e todos esses que nos dirigem desde a redemocratização, Bolsonaro é a “direita” que quer “a lei e a ordem”, valores de uma classe média esmagada entre uma elite corrupta e massas que votam em Lula buscando proteção e assistencialismo”.

Nesse trecho, Guedes critica as políticas econômicas conduzidas pelo PSDB e PT, que ele agora quer resgatar com a recriação da CPMF. Fica também muito evidente os motivos pelos quais ele decidiu se aliar à Rainha Louca, que seja, a destruição da classe trabalhadora e dos menos favorecidos. O Tchutchuca nunca conseguiu se tronar um economista respeitado no Brasil. Sempre viveu à margem, não só da academia, quanto das equipes econômicas de governos anteriores. Talvez, seja esse o motivo da inveja e da mágoa.


Usando uma metáfora que a Rainha Louca gosta muito de usar, como esse casamento deu certo? Tchutchuca sempre defendeu uma política ultraliberal de privatizações e de diminuição da máquina pública. O Presidente sempre foi contrário às privatizações e defensor do aumento dos gastos públicos.

A Rainha Louca, nos seus 28 anos como deputado, votou contra o Plano Real, contra todas as reformas e contra a quebra de monopólio estatal.

A união entra os ultraliberais e a direita não é nova e ocorreu, por exemplo, na década de 1970 quando o ditador Augusto Pinochet se uniu a intelectuais chilenos que haviam se formado em Chicago. Esse grupo, conhecido como Chicago Boys foi responsável por elaborar a política econômica do ditador chileno.

A Universidade de Chicago ainda é conhecida pela disseminação do pensamento liberal, embora, da mesma forma que esse pensamento, aquela escola tem perdido muito prestígio. Após a conclusão de seu doutorado em Chicago, Tchutchuca é convidado, pelos Chicago Boys, a lecionar no Chile e assistiu ao período mais sanguinário da ditadura naquele país. Guedes se inspirou nas ideias econômicas retrógradas implementadas no Chile para criar o plano econômico da Rainha Louca. A reforma da previdência proposta por Guedes se baseou naquela que ocorreu em terras chilenas.


O Chile virou uma Suíça latino-americana sob a ótica do empresariado e a distribuição da riqueza ocorreu para os empresários que controlam os fundos previdenciários. Os trabalhadores contribuem com 10% de seus salários para esses fundos, que são controlados por 6 empresas. Cinco dessas empresas são responsáveis por mais de 94% dessas arrecadações, que correspondem a quase 70% do PIB chileno. Os empresários têm um lucro estimado de US$1,5 milhão por dia com esses fundos. Por outro lado, os trabalhadores que contribuíram por 30 anos, recebem uma aposentadoria correspondente a R$694. Portanto, dizer que houve distribuição de riqueza no Chile é mais uma das inúmeras falácias do Tchutchuca.

“A desgraça do esperto é achar que todo mundo é bobo”.

É passada a hora de começarmos a dar um basta na política ultraliberal conduzida por Guedes. Já perdemos direitos com a Reforma da Previdência, perderemos mais direitos com mais uma Reforma Trabalhista que pretende colocar fim na CLT e a volta da CPMF, mais uma vez fará com que os trabalhadores desse país paguem a conta.

Precisamos manter a dignidade que conquistamos nos últimos anos. É preciso colocar um freio nessa política ou assistiremos a mais perdas de direitos, arduamente conquistados, e à privatização de todo o serviço público, incluindo as nossas Instituições Federais de Ensino.

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