O Guedes também tem sua boiada!
Robson Matos
Rotineiramente o Tchutchuca prepara uma
maldade para os trabalhadores para que as grandes empresas e megainvestidores
sejam beneficiados. É o Guedes dando a resposta para a Fiesp e seu patético
pato. Com ele no comando nós pagaremos o pato!
Mais duas maldades já estão a caminho:
a volta da CPMF e o contrato de trabalho por hora.
Quando ainda era um bebê de berço,
ouvia meu pai enaltecendo Getúlio Vargas em virtude da Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT). Sem dúvidas um avanço para a classe trabalhadora do Brasil.
Vivi para ver a CLT sendo rasgada aos poucos com o apoio da grande mídia e da
mão invisível do mercado. Tchutchuca não pretende rasgar a CLT, ele deseja
eliminá-la de vez.
O ultraliberal Guedes, sob a desculpa
de acabar com o desemprego, pretende criar essa nova modalidade de emprego, que
transforma o trabalhador nos novos escravos do século XXI. Uma modalidade aos
moldes dos motobóis dos aplicativos de entrega. Esse contrato de trabalho irá
beneficiar aos empregadores, o que tem sido praxe nessa gestão da Republica da
Rainha Louca. Ao admitir um emprego horista, o patrão ficará desobrigado do
pagamento do 13º salário, das contribuições para o FGTS e para a Previdência
Social. Em assim sendo, caso o empregado deseje ter direito a uma aposentadoria
futura, ele deverá contribuir para a Previdência por sua conta.
Com o contrato de trabalho por hora
Guedes faz com que o trabalhador cumpra o papel de reaquecer a economia no
período pós-pandemia. Não podemos perder de vista que esse papel deveria ser
cumprido pelo Estado. Mesmo países com uma linha liberal na condução da
economia têm investido em empresas como uma forma do reaquecimento da economia.
O discurso do Tchutchuca na patética
Reunião Ministerial da República da Rainha Louca precisa ser analisado com uma tradução:
O que precisa ficar muito claro é que a
agenda do Tchuchuca é o favorecimento dos empresários. Ele informou, hoje (4 de
julho), que a reforma tributária está pronta para ser enviada para o Congresso
Nacional. Dentro da proposta da reforma tributária do Guedes está a volta da
CPMF, embora ele apresente de forma “camuflada”. Ficá muito claro que ele é
contra a taxação de grandes fortunas:
“É melhor, em vez de você
ter que aumentar muito o Imposto de Renda, você criar uma outra base de
tributação qualquer, que podem ser transações digitais, pagamento, alguma coisa
que te permita manter alíquotas baixas. É melhor você ter uma base mais ampla e
alíquotas mais baixas”.
A volta da CPMF veio à baila em junho
de 2019 quando Marcos Cintra, à época Secretário da Receita Federal, antecipou
a sua recriação. Houve várias críticas e até promessas da Rainha Louca de que a
CPMF não voltaria.
Inicialmente, preciso comentar que a
Rainha Louca acha que todos sonegamos como ele e seu clã.
Imaginamos que a CPMF estaria, então,
enterrada e sua volta já era carta fora do baralho. Não foi bem assim! Tchutchuca,
como um menininho mimado, nunca abriu mão disso e voltou a defendê-la, ainda no
ano passado e a Rainha Louca seguiu na onda.
Maia voltou a descartar a possibilidade
de aprovação da CPMF na Câmara dos Deputados. Todavia, o Presidente da Câmara já é um velho
conhecido nosso! Ele é um grande defensor do neoliberalismo e da política de
reformas conduzida pelo Tchutchuca. Talvez, seja esse o motivo de não haver
aceito nenhum dos 40 pedidos de impeachment recebidos por ele. No entendimento
dele, em sendo eleito presidente, como ele imagina, não terá o desgaste de
promover reformas.
O mais interessante é toda a mágoa e
inveja demonstrada pelo Guedes. Ele reclama que todos apoiaram o FHC na criação e o
Lula no fim da CPMF. E chega a ser cômico, se não patético, quando você relembra
um artigo escrito pelo Tchuthuca em uma coluna no jornal O Globo:
“O vertiginoso
crescimento da candidatura Bolsonaro é um sintoma dessa indisfarçável
insatisfação com a estagnação na economia, a corrupção na política e a falta de
segurança nas ruas, em que desembocamos sob a hegemonia socialdemocracia.
Em suas variantes
de “punhos de renda” (PSDB), “chão de fábrica” (PT) ou “caciques regionais
oportunistas” (PMDB), à “esquerda” todos os gatos são pardos para os eleitores
de Bolsonaro.
Contra tudo isso e
todos esses que nos dirigem desde a redemocratização, Bolsonaro é a “direita”
que quer “a lei e a ordem”, valores de uma classe média esmagada entre uma
elite corrupta e massas que votam em Lula buscando proteção e assistencialismo”.
Nesse trecho, Guedes critica as políticas
econômicas conduzidas pelo PSDB e PT, que ele agora quer resgatar com a recriação
da CPMF. Fica também muito evidente os motivos pelos quais ele decidiu se aliar
à Rainha Louca, que seja, a destruição da classe trabalhadora e dos menos
favorecidos. O Tchutchuca nunca conseguiu se tronar um economista respeitado no Brasil. Sempre viveu à margem, não só da academia, quanto das equipes econômicas de governos anteriores. Talvez, seja esse o motivo da inveja e da mágoa.
Usando uma metáfora que a Rainha Louca
gosta muito de usar, como esse casamento deu certo? Tchutchuca sempre defendeu
uma política ultraliberal de privatizações e de diminuição da máquina pública. O
Presidente sempre foi contrário às privatizações e defensor do aumento dos
gastos públicos.
A Rainha Louca, nos seus 28 anos como deputado, votou contra o Plano Real, contra todas as reformas e contra a quebra de monopólio estatal.
A união entra os ultraliberais e a
direita não é nova e ocorreu, por exemplo, na década de 1970 quando o ditador
Augusto Pinochet se uniu a intelectuais chilenos que haviam se
formado em Chicago. Esse grupo, conhecido como Chicago Boys foi responsável por
elaborar a política econômica do ditador chileno.
A Universidade de Chicago ainda é
conhecida pela disseminação do pensamento liberal, embora, da mesma forma que
esse pensamento, aquela escola tem perdido muito prestígio. Após a conclusão de
seu doutorado em Chicago, Tchutchuca é convidado, pelos Chicago Boys, a
lecionar no Chile e assistiu ao período mais sanguinário da ditadura naquele país.
Guedes se inspirou nas ideias econômicas retrógradas implementadas no Chile
para criar o plano econômico da Rainha Louca. A reforma da previdência proposta
por Guedes se baseou naquela que ocorreu em terras chilenas.
O Chile virou uma
Suíça latino-americana sob a ótica do empresariado e a distribuição da riqueza
ocorreu para os empresários que controlam os fundos previdenciários. Os
trabalhadores contribuem com 10% de seus salários para esses fundos, que são
controlados por 6 empresas. Cinco dessas empresas são responsáveis por mais de
94% dessas arrecadações, que correspondem a quase 70% do PIB chileno. Os
empresários têm um lucro estimado de US$1,5 milhão por dia com esses fundos.
Por outro lado, os trabalhadores que contribuíram por 30 anos, recebem uma
aposentadoria correspondente a R$694. Portanto, dizer que houve distribuição de
riqueza no Chile é mais uma das inúmeras falácias do Tchutchuca.
“A desgraça do
esperto é achar que todo mundo é bobo”.
É passada a hora
de começarmos a dar um basta na política ultraliberal conduzida por Guedes. Já
perdemos direitos com a Reforma da Previdência, perderemos mais direitos com
mais uma Reforma Trabalhista que pretende colocar fim na CLT e a volta da CPMF,
mais uma vez fará com que os trabalhadores desse país paguem a conta.
Precisamos manter
a dignidade que conquistamos nos últimos anos. É preciso colocar um freio nessa
política ou assistiremos a mais perdas de direitos, arduamente conquistados, e
à privatização de todo o serviço público, incluindo as nossas Instituições
Federais de Ensino.
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