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quarta-feira, 1 de julho de 2020

A escravidão do século XXI!


A escravidão do século XXI!

Robson Matos



Os mais ricos nunca aceitaram muito bem a abolição da escravatura, muito menos a CLT. Na realidade, a classe mais poderosa nunca gostou do trabalhador!

A Fiesp, a criadora do ridículo pato amarelo, sempre exigiu dos inquilinos do Palácio da Alvorada menos impostos e, principalmente a desoneração da folha. Em contrapartida, ofereciam mais investimentos. Todavia, eles nunca deixaram claro que esses investimentos seriam feitos nas Bolsas de Valores e não na geração de emprego.

Assim, iam conquistando benesses para ludibriar a CLT e repetindo que não pagariam o pato. Realmente, nunca pagaram! O pato sempre foi pago pelos trabalhadores com congelamento de salários, reforma da previdência, reforma das leis trabalhistas e terceirização. Todas essas reformas tiveram um único efeito: aumentar o ganho dos empresários. Os tão prometidos ganhos – aumento do investimento público e diminuição do desemprego – nunca chegaram.

A terceirização, embora seja uma lei de 1974, só ganhou força na década de 1990 com um governo neoliberal travestido de social democracia. A partir daí, só cresceu e quando o inquilino do Palácio da Alvorada era o Presidente Golpista, foi aprovada uma lei que permite a terceirização para atividades-fim e até a “quarteirização”, ou seja, uma empresa terceirizada pode contratar os serviços de outra empresa terceirizada.

Os gananciosos chamam essa manobra de ludibriar a CLT de terceirização, nós chamamos de precarização. As empresas de terceirização, grosso modo, atrasam salários e deixam de pagar benefícios como Previdência, INSS, etc. A grande empresa que terceirizou a mão de obra fecha os olhos para essas ilegalidades, fingindo não ser com ela.

Mas, isso não foi suficiente para a ganância dos empresários e a terceirização virou empreendedorismo com o surgimento dos famosos aplicativos.

Não há qualquer vínculo empregatício entre os trabalhadores e a empresa de aplicativos, eles são considerados autônomos. Ou seja, não possuem 13o salário, contribuição previdenciária, férias remuneradas, auxílio alimentação, auxílio transporte, etc.

Nós, da classe média, diante de uma opção mais barata ao serviço de táxi, por exemplo, aderimos e fizemos crescer ainda mais esses serviços. Em algum momento pensamos na relação trabalhista entre a empresa de aplicativo e aquele motorista que lhe ofereceu uma opção mais confortável que o táxi?

Da mesma forma, o crescimento dos aplicativos de entrega foi vertiginoso. Já são dezenas de aplicativos diferentes espalhados por todo o país e todos eles com o mesmo objetivo: entregar uma mercadoria explorando os motobóis. Essas empresas aproveitaram-se da alta taxa de desemprego no país para explorar esses trabalhadores, ou melhor, esses “empreendedores” (aff!).

Vendo que seus ganhos eram mínimos, os “empreendedores” – prefiro dizer que são escravos do século XXI – abandonaram as motos e passaram a utilizar bicicletas para diminuir os custos.

Durante a pandemia, a situação dessas pessoas se agravou. A classe média se manteve confortável e segura em seus lares e eles, abandonados às suas próprias sortes. Estão expostos aos riscos de contaminação e abandonados pelos aplicativos que continuam obtendo mais lucros e se preocupando apenas com suas “maquininhas de cartão”.

Inúmeros foram os relatos de acidentes com esses trabalhadores e ao invés de apoiá-los, as empresas se preocuparam em correr para buscar a “maquininha de cartão” e fazer com que a entrega não atrasasse e prejudicasse seus negócios!

Assista ao depoimento desse “empreendedor” (Paulo Lima) e tire suas conclusões sobre a real situação que eles vivem.


Depois de assistir, se você não for capaz de apoiar o #BrequedosApps, você precisa repensar os seus conceitos!

Não use os aplicativos, pelo menos hoje!


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