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sábado, 25 de abril de 2020

Nunca houve Mito ou Herói! Houve dois criminosos!


Nunca houve Mito ou Herói! Houve dois criminosos!
Robson Matos

O ex-Ministro da Justiça, Sr. Sergio Moro, sempre tido como herói deixou sua máscara cair e mostrou sua mais triste faceta, a de um criminoso.

Nos primeiros segundos de seu pronunciamento, Moro posa de bom moço, lamenta o evento durante uma pandemia e exalta o seu currículo. Sem dúvidas um belo currículo, mas se esquece de falar de sua atuação no processo do Banestado e de não possuir registro na OAB. Enfim, está em busca de um emprego, desde que não como advogado.

Antes de decorridos 5 minutos de pronunciamento ele comete o primeiro crime ao chamar um juiz federal, de uma instância superior àquela que ele ocupava, de incompetente.

Mas, ele não para por ai e volta a se incriminar, agora por um crime mais grave e tipificado no Art. 317 do Código Penal Brasileiro, ou seja, Corrupção Passiva. Moro disse que colocou uma única condição para assumir o Ministério da Justiça:
Tem uma única condição que eu coloquei -- isso eu acho não faz mais sentido manter em segredo e pode ser confirmado tanto pelo presidente quanto pelo general Heleno. Contribuí 22 anos para a Previdência (...) Pedi apenas, já que nós íamos ser firmes contra a criminalidade, especialmente o crime organizado, que é muito poderoso, [que] se, algo acontecesse, pedi que a minha família não ficasse desamparada, sem uma pensão. Foi a única condição que eu coloquei para assumir essa posição específica do Ministério da Justiça”.

O artigo 317 do Código Penal é muito claro e diz ser punível com pena de 2 a 12 anos de reclusão e multa “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”. Em suma, com toda a larga experiência apregoada, o Sr. Moro não foi capaz de perceber que estava se auto incriminando.

Em seu discurso na data de ontem, que fez o Brasil parar um pouco mais e derrubou o mercado financeiro e sua mão invisível, o Sr. Moro apontou um sem número de crimes do Presidente da República. Destacaria dois, dentre os mais graves crimes cometidos pelo Presidente:
1. utilização do Diário Oficial da União (DOU) para a divulgação de “fakenews”, pelo menos nas palavras de Moro;
2. interferência no modo de atuação da Polícia Federal.

Segundo Moro, ele não assinou o ato de exoneração do Diretor Geral da PF, o que parece ser verdade e depois foi comprovado pela Casa Civil ao enviar uma nova publicação de exoneração excluindo o nome do Sr. Sérgio Moro. O ex-Ministro apontou também que o Diretor Geral da PF não pediu exoneração, conforme aponta a publicação do ato no DOU. Em função disso, o DOU passou a ser mais um instrumento de divulgação de fakenews da seita que vem ocupando o Palácio do Planalto.

Moro pontuou, com muita propriedade e riqueza de detalhes, as inúmeras tentativas de interferência na PF feitas pelo Presidente. Ele apontou que o Presidente vem tentando interferir na PF desde o ano passado e exigindo apontar um Diretor, ou até mesmo um Superintendente, que lhe passe todas as informações sobre as investigações sendo conduzidas pela PF. Ou seja, o Presidente comete um crime que pode ser enquadrado em diversos artigos do Código Penal e tenta transformar uma instituição de Estado em instituição da Presidência.

A partir do momento que o ex-Ministro começa a apontar a tentativa de intervir nas investigações da PF, ele acaba por cometer um outro crime, talvez mais grave que o anterior, ou seja, o crime de prevaricação. De acordo com o Art 319 do Código Penal, “Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal” constitui-se crime passível de detenção de três meses a um ano. Esse e outra autoincriminação do Sr. Moro, que poderia ter sido evitada tivesse ele se utilizado da sua experiência como juiz.

Diante do exposto, não me venha falar de mitos e heróis. O Brasil precisa de estadistas e não de criminosos. Criminosos esses, que sob a égide da defesa contra a corrupção, vêm ocupando cargos essenciais para o desenvolvimento do país.

Devemos estar atentos a políticos que sob a manta do combate à corrupção buscam proveitos para si ou para seus familiares, seja exigindo vantagens futuras para assumir determinado cargo ou buscando proteger componentes de milícias.

Diferentemente do que acredita o Presidente, ele não será julgado pela história. Ele será julgado pela Justiça Brasileira e pelo chamado Tribunal de Haia. A história o esquecerá.

Já o Sr. Sérgio Moro parece ter enterrado de vez o seu sonho de ocupar uma vaga no STF apos cometer esses crimes.

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