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domingo, 19 de abril de 2020

O prazer de ser professor - Educação Libertadora


O prazer de ser professor
O texto não e meu. Essa foi a mensagem que recebi de um aluno, o Vinicius Ramos Braga. O Vinícius foi meu aluno de Química Geral I no segundo período de 2014 no curso de Química na UFRJ em Macaé. Um querido e que nesse período de isolamento vem interagindo de forma muito educativa e responsável nas redes sociais. Posso afirmar, sem medo de errar, que esse foi o maior reconhecimento que já recebi nesses meus 26 anos de carreira como docente.
Ele me arrancou lágrimas ao me mostrar que seguir os passos do grande educador brasileiro Paulo Freire é o caminho certo. A educação deve ser libertadora. Ele não colocou o título, mas acho Educação Libertadora um título adequado. Muito obrigado Vinícius!

Educação Libertadora
Vinícius Ramos Braga
Aproveito a oportunidade de agradecer ao senhor. Uma das coisas das quais mais me orgulho na vida é ter tido sempre bons mestres. Com isso quero dizer que não só aprendi com pessoas com alto grau de conhecimento, mas dispostas a ensinar tudo o que elas sabem, para que, quem sabe, a gente não consiga superá-las e com isso toda a humanidade ganha. É por essas pessoas que chegamos até aqui, todo conhecimento transferido e aprimorado, e o senhor é um desses.

Já fiz um pouco de cada faculdade, comecei em licenciatura em química no IFRJ de Gramacho-Duque de Caxias, tive que parar por conta de horário de trabalho, voltei a estudar aí na UFRJ-Macaé, Bacharelado em Química, tive que parar por motivo profissional novamente, hoje estudo Administração no CEDERJ-Pólo Macaé, dos quais acho um exemplo de educação inclusiva, sem o qual vários pais e mães que precisam trabalhar não poderiam cursar uma educação de ensino superior. Coisa emocionante de se ver é nos dias de provas, avôs e avós, pais, todos cuidando de crianças para que seu familiar possa fazer as suas provas. O CEDERJ é muito mais do que um diploma, é a abertura de horizontes, mesmo que o aluno não consiga seguir os seus estudos e se formar, o contato com as disciplinas muda a sua vida, é conhecimento. O que me entristece é ver pessoas fazendo pouco caso do maior patrimônio da humanidade, o conhecimento.

Me lembro bem de uma situação, o senhor sempre tentou nos ensinar a ter o pensamento crítico sobre a química, hoje todo mundo fala muito disso "critical thinking", sem saber de fato o que seria, é só mais uma expressão no meio dos negócios, para vender cursos de "coaching" talvez. Um exemplo prático desse ensino de pensar criticamente, certa vez ainda na UFRJ, tinha uns colegas com dificuldade sobre diagrama de Pauli e aquelas "regrinhas" que criam sobre tabela periódica e eu me lembrei de algo que o senhor havia ensinado, sobre a lógica da distribuição dos elétrons nos orbitais, não me recordo bem agora para explicar, mas naquela hora eu expliquei para eles e foi bacana porque ficou tudo claro.

Pois é, o pensar criticamente, entender o que está aprendendo, não apenas decorar, é o tão procurado "critical thinking", competência necessária para resolver os problemas, e que pode ajudar a resolver o nosso atual problema, pensar criticamente, com base em dados. Não vou me alongar mais, novamente, agradeço por todo o conhecimento recebido, tenha certeza de que o senhor faz a sua parte, e isso importa, para o mundo, para a humanidade. Muito obrigado!


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