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sábado, 6 de junho de 2020

A Rainha Louca repete os anos de chumbo maquiando dados


A Rainha Louca repete os anos de chumbo maquiando dados
Robson Matos



A Rainha Louca lança mão de um patético, tosco e infantil instrumento: maquiar os dados sobre a pandemia da Covid-19. A manipulação de dados é criminosa, uma vez que prejudica a contenção da pandemia e foi tentada no passado durante a Ditadura Militar (1964 a 1985).

O Brasil enfrentou a maior epidemia de meningite de sua história entre os anos de 1971 e 1975. O Brasil, especialmente a cidade de São Paulo, sofreu com o aparecimento de dois tipos de meningite meningocócica: a do tipo C que surgiu no início de 1971 e a do tipo A que apareceu no início de 1974, sem a anterior ter sido debelada. A meningite chegou a 563 casos por 100 mil habitantes. A situação era desesperadora, mas a população não tinha real conhecimento da situação.

Já sob uma violenta censura, os meios de comunicação foram impedidos de divulgar quaisquer reportagens julgadas “alarmistas” ou “tendenciosas” a respeito da epidemia de meningite. A Revista Veja, na sua edição de 4 de outubro de 1972, classificou a situação como “Epidemia da Desinformação”.

Com a posse de Geisel, em março de 1974, o Regime Militar começa abandonar o negacionismo reconhecendo a gravidade da situação. É, então, criada a Comissão Nacional de Controle da Meningite, que ficou responsável por criar uma política de vigilância epidemiológica.[*]

A história bem mais recente, também, nos revela outro caso de tentativa de maquiar dados. No último dia 25 de maio, o Prefeito do Rio de Janeiro disse que só entrariam nas estatísticas da pandemia aqueles cujos atestados de óbito constassem, como causa morte, Covid-19. Ora bolas, como sabemos o resultado do exame para o diagnóstico da doença, grosso modo, não sai com menos de 48 horas, ou seja, após a emissão do atestado de óbito. Repetindo o grande jornalista Octávio Guedes, Crivella criou o “Caixa 2” de defuntos.

Após o desaparecimento de mais de 1.000 óbitos das estatísticas e de ser muito criticado, Crivella voltou atrás da decisão três dias depois.

A Rainha Louca está repetindo o tenebroso período de chumbo no Brasil dando sequência à implementação de seu projeto totalitário (clique aqui), já militarizou o Ministério da Saúde (clique aqui) e tenta constantemente calar a imprensa. Aliás, a Rainha Louca já repetiu o repugnante General Newton Cruz mandando jornalistas “calarem a boca”:



Com a saída do Mandetta do Ministério da Saúde (clique aqui), as entrevistas coletivas diminuíram. Entra o Ministro Coveiro, que não mostrou a que veio (clique aqui), mas eliminou os, até então famosos, coletes do SUS. Com a chegada do Ministro interino permanente – General Pazuello – não houve mais qualquer entrevista coletiva. É a continuidade do negacionismo impetrado pela Rainha Louca desde o início, que sempre disse que as entrevistas coletivas tinham o objetivo de “alarmar” a população.

As reportagens apresentadas pela Rede Globo, desde o início da pandemia, irritam, cada vez mais, à Rainha Louca. Dando continuidade à sua briga insana com a emissora, O Presidente determina que os Boletins Epidemiológicos, antes divulgados diariamente às 19h, passem a ser divulgados às 22h. O Presidente, em tom de deboche, diz: “acabou a matéria do Jornal Nacional”.


Não é novidade que a Rainha Louca dá preferência a determinados veículos da imprensa. O vídeo acima deixa isso muito claro quando o Presidente pergunta ao repórter de qual veículo da imprensa ele é. Todavia, ficou provado que a tática infantil da Rainha Louca não surtiu efeito. Na edição do JN ontem, foi informado uma estimativa do número de casos e óbitos, e mais tarde, a novela foi interrompida e em uma inserção foram apresentados os dados oficiais. Acabou que a edição especial alcançou uma maior audiência que o JN.

O relacionamento da Rainha Louca com a imprensa não respeita o pluralismo de ideias e nem possibilita o debate. De maneira pouco republicana, a Rainha Louca segue a tendência de beneficiar aqueles veículos que lhe rasgam elogios.

Hoje os dirigentes de veículos de comunicação da Igreja Católica se reuniram com a Rainha Louca em busca de financiamento e em troca oferecem apoio ao Governo. É ultrajante que a Igreja Católica também entre nesse toma lá da cá pouco republicano da Rainha Louca.

Transparência é, definitivamente, uma palavra que não existe na mente da repugnante Rainha Louca. Entretanto, graças ao jornalismo sério e competente e a várias ONG’s, tomamos conhecimento de uma Portaria publicada no Diário Oficial da União – DOU – transferindo R$83 milhões do Bolsa Família para a comunicação institucional da gestão, comandada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República – SECOM.

Aliás, de acordo com a CPMI das Fake News, a SECOM fez, em 38 dias, 65.533 anúncios em sites da internet. Dentre esses estão sites pornográficos, de jogos de azar e divulgadores de notícias falsas.

O recém empossado Secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, já mostrou o seu caráter. Com menos de 24h no cargo, Wizard disse que os dados atuais sobre a Covid-19 são “fantasiosos ou manipulados” e divulgará um novo balanço em aproximadamente um mês. Wizard continuou: “Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como Covid. Estamos revendo esses óbitos”. A entrevista de Wizard, concedida ao jornal O Globo, provocou uma nota dura do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), assinada pelo seu Presidente – Alberto Beltrame:

O CONASS repudia com veemência e indignação as levianas afirmações do Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard.
Ao afirmar que Secretários de Saúde falseiam dados sobre óbitos decorrentes da Covid-19 em busca de mais “orçamento”, o secretário, além de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias.
A tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19, não prosperará.
Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação.
Ofende Secretários, médicos e todos os profissionais da saúde que têm se dedicado incansavelmente a salvar vidas.
Wizard menospreza a inteligência de todos os brasileiros, que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos tratados como “mercadoria”.
Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco.
Não somos mercadores da morte.
A vida é nosso valor maior, com ela não se negocia, relativiza ou transige.
O povo brasileiro é forte e resiliente, seguiremos a seu lado e juntos para preservar sua saúde e salvar vidas.

Como secretário, Wizard é um excelente professor de inglês.

A Rainha Louca na sua cruzada de implementar um regime totalitário e fascista no país, tenta calar a imprensa, oprimir seus opositores e esconder os dados reais sobre a pandemia aumentando o número de mortes pela Covid-19.

Só a união das forças progressistas será capaz de parar o avanço do fascismo no Brasil. Torçamos que a queda da Rainha Louca no dia de ontem seja um prenúncio de uma queda maior que o deixará embreando na lama de sua milícia.






[*] Caso você queira conhecer um pouco mais da história da epidemia de meningite durante a Ditadura Militar, visite https://tainaracavalcantes.wixsite.com/meningite/02

2 comentários:

  1. Reforça minha opinião de que é melhor escancarar logo. Do jeito que o golpe tá clamufado é pior pra luta. Temos um STF e congresso acovardados,não da pra esperar nada deles,no campo jurídico/legislativo. Parabéns!!!

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  2. Vlw Robson, mas é triste comprovar q um louco neofacista chefe da família milicianos se transveste de presidente e se diz ainda militar, só falta agora agora aprovar a isenção de imposto para a importação de armas.

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